quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Kurt de volta. Bem vindo Kurt!




Postado na lista parabentebr por Kurt W. Stoeterau

Rodrido, Tio Regis, e pessoal

Parabéns ao piloto pela postura de partilhar essa experiência !

No meu entender, e de acordo com minhas pesquisas nos SIVS, é possível evitar que isso ocorra num b-stall. O que alí ocorreu foi uma cravete. Todo o melê começou com um b-stall que se transformou numa cravete - o que acontece às melhores famílias. Já assiti a esse episódio mais de uma vez nos cursos, e após cuidadosos briefings alertando nesse sentido.
Mas, o que ocasiona essa cravete? A culpa é do parapente? Dos 3 tirantes? Minha resposta é "não".
Qualquer parapente, mesmo um 4 tirantes, está sujeito a uma cravete durante um b-stall sempre que o piloto puxar/baixar demais os tirantes B.
Na execução de qualquer b-stall, com qualquer parapente há que se ter cuidado:

- os tirantes "b" não podem ser puxados demasiadamente. E como saber quanto? Só fazendo, experimentando em cada parapente. Mas em princípio, 30 cm seria o máximo a se puxar os tirantes "b".

- é necessária uma atenção com a simetria na puxada dos dois lados, tanto na entrada da manobra, como na sua permanência.

- não se solta os tirantes b para sair da manobra, mas sim, empurra-se ambos de forma simétrica , e de uma só vez. Isso mesmo, EMPURRA-SE.

- levantar os tirantes b de forma lenta e progressiva para sair da manobra é outro erro grave, o que pode manter o parapente na parachutagem, mesmo que os tirantes b já não estejam mais sendo acionados.

- parapentes com mais horas de voo(mais cansados) estão mais sujeitos a essa parachutagem, estão sujeitos a não sairem da parachutagem espontaneamente. Isso ocorre devido a problemas de trimagem fora do padrão original(linhas esticadas ou encolhidas), ou porosidade excessiva do tecido. Daí a fundamental importância da execução das manutenções periódicas recomendadas por todo fabricante !

- nos casos em que o parapente permanece em parachutagem, JAMAIS aciona-se os freios. Para recuperar um parapente de uma parachutagem procedemos da mesma forma como fazemos em toda inflagem. No caso de uma parachutagem, com ambas as palmas da mão, fletimos os tirantes "a" para frente, com a finalidade de criar uma deformação no perfil reduzindo ligeiramente o ângulo de ataque, o que facilita um avanço do perfil, com consequente retorno ao voo. Nesse sentido o acelerador também pode ser usado(o que na prática...é pouco prático).

No caso das consequências pós cravete do Rodrigo, ele agiu direitinho, conteve o giro... e inclusive o stall involuntário que nasceu da contenção do giro, acabou ajudando a limpar a vela da gravata.

Show !!! Parabéns ao piloto e também ao instrutor(se não me engano, o Rodrigo da Safo Rio) pela perfeita orientação via rádio. Eu teria orientado extamente da mesma forma.

Consciência, diversão, e encantamento nos voos.

Kurt W. Stoeterau